segunda-feira, setembro 17, 2001

Gostei também desse editorial do Fernando Rodrigues... Piadinhas contra americanos são engraçadas sim, mas há quem extrapole nos discursinhos anti-EUA... Um país que nos deu Aretha Franklin, Elvis Presley, REM, Woody Allen, Elvis Presley, The Monkees, Big Star, Martin Scorcese, Sonic Youth, etc, etc, e etc, não tem que se fuder porra nenhuma!! Um sustinho até vá lá, mas o que aconteceu não precisava... ;oP

Antiamericanismo fora de hora

NOVA YORK - O antiamericanismo que ainda viceja entre alguns no Brasil, e se julgou vingado em certa medida pelos ataques aos EUA na semana passada, tem uma origem: complexo de inferioridade e saudades da senzala, como diria Paulo Francis.
Ontem de tarde, um dia de sol e de céu azul em Nova York, descendo pela 5ª Avenida era possível ver a fumaça subindo dos escombros do World Trade Center, no sul da cidade. Ao longo das ruas, milhares de pessoas usando roupas com as cores da bandeira norte-americana.
Ao me aproximar do local da tragédia, uma multidão de pessoas vindas de todas as partes do país, com suas bandeiras e doações. Trazem de tudo. Roupas, alimentos, água. O prefeito de Nova York pediu que parassem de aparecer. Já há ajuda demais.
Quantas vezes esse tipo de solidariedade ocorreu no Brasil? Exceto em épocas de Copa do Mundo de futebol, não conheço similar. Para citar Roberto Campos, há algo errado em um povo cuja maior manifestação de organização espontânea é em torno do Carnaval.
Como bem apontou ontem Clóvis Rossi, os EUA são um país com um projeto bem definido, goste-se ou não dele. Por essa razão, os cidadãos sabem o que têm para defender. Bem diferente do Brasil.
Não ignoro a quase imbecilidade de alguns atos patrióticos ingênuos. Há, em Nova York, entre os centros de ajuda, um para cachorros perdidos. E, é claro, dezenas de toneladas de doações de comida para cachorro.
Também é incrível que os EUA tenham um presidente com ares de parvo como George W. Bush.
Ainda assim, é inegável a dianteira dos EUA sobre o Brasil em termos de organização e cidadania.
É evidente que nada justifique o alinhamento brasileiro automático a alguma retaliação impensada do governo norte-americano. Mas já passou a hora do antiamericanismo primário, como se a Guerra do Vietnã ainda não houvesse acabado.

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